Há um ano atrás era anti praxes.
Influenciada pelas noticias escandalosas e pessoas
extremistas, pensava que as praxes eram mais um motivo para poder humilhar
outros. Que o traje era uma forma de se sentirem superiores aos restantes. Que tradições e espirito
académico não passavam de mitos para envolver toda esta história.
Mas sempre achei que para ter uma opinião mais fundamentada,
devia experimentar, comprovar. E assim foi. Mal dormi de ansiosa que estava por
descobrir este novo mundo.
Primeiro dia, não tão mal como achava, mas mesmo assim
estava reticente. Segundo dia, terceiro, quarto. Comecei a associar nomes a
rostos e sentia cada vez mais vontade de ficar a noite toda, de voltar no dia seguinte.
O ambiente era de festa, de respeito. De integração. E foi esse o facto que me
fez mudar de opinião. Senti-me integrada, senti que aquela iria ser a minha
nova casa e aqueles a minha nova família. E gostei.
Agora, passado um ano, recordo as pessoas que conheci, os
risos que partilhamos, a madrinha que escolhi, o meu baptismo, as festas, as
amizades, as granadas, de ser caloira, os freudianos, os segredos, as noites dormidas na rua, os exageros de
me deixar sentada no chão, e quem ficava lá ao meu lado, de descobrir sítios novos,
dos jantares, de receber o traje, de ter padrinho, do meu segundo baptismo (se
é para aproveitar, aproveita-se a dobrar), do ISPA, dos abraços reconfortantes, da noite
do enterro, de trajar pela primeira vez, do orgulho, da igreja, das musicas, das palavras,
de me traçarem a capa, dos segredos contados e felicidades partilhadas, dos
choros incontroláveis, do momento mágico atrás da igreja, das quintas-feiras negras, dos emblemas, da
estrela, da queima das fitas, das três bengaladas, da família.
Hoje, ao escrever isto, sinto-me viciada por este espirito
académico, que me corre no sangue o
grito e as musicas e as praxes, e que o traje já faz parte da minha alma.
Amanhã, trajo pela primeira vez como segundanista. E mal
posso esperar por mais um ano.
1 comentário:
Dá para ver o quanto gostaste da experiência e o quanto foste bem tratada.
A meu ver o ISPA é a faculdade que manteve a tradição da forma correcta : praxe é para integração e não para diversão de outrem. É pena que não se pode dizer o mesmo de outras faculdades...
Eu no ano passado não me interessei pela praxe. Este ano se tiver oportunidade, quero participar!
beijinhoo*
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